Quarta Ação de Aprendizagem




                                      QUARTA AÇÃO DE APRENDIZAGEM


Questão 1:
Faça um parágrafo respondendo a questão: A tecnologia por si só muda a escola?
A escola está inserida em um contexto social onde as novas tecnologias estão presentes e fazem parte da realidade da maioria dos estudantes, sendo inegável a importância de efetivar o seu uso no cotidiano escolar, como apontam diversos estudiosos, como Edgar Morin e Manuell Castells, além das orientações de documentos preparados pelo Ministério da Educação (MEC) também apontarem para essa necessidade. Contudo, é um equívoco considerar que a tecnologia por si só muda a escola. Como mostra o vídeo “Tecnologia e Metodologia”, produzido pela Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, o simples fato de introduzir as novas tecnologias na escola é insuficiente para modificar o processo de ensino e aprendizagem. Mais que “modernizar” a escola, equipando-a com máquinas, é preciso transformar a visão do fazer educação, no sentido de modificar a relação pedagógica, construindo uma postura inovadora, onde o estudante seja sujeito ativo no processo de construção do conhecimento e o professor, mediador. É preciso também, rever a organização dos tempos e espaços escolares, como mostra o vídeo da série PCN escolar – Convívio na Escola, “Organização do tempo e do espaço na escola”, produzido pelo MEC. Trata-se da necessidade de estruturar mudanças no planejamento e execuções da prática pedagógica a partir da revisão da organização da escola, que como mostra o vídeo supracitado, possui regras defasadas e que não condizem com a realidade, uma vez que a relação com o conhecimento se modificou e o acesso a informação está em todos os lugares, como destaca Dalben, “O domínio do saber tem dimensões globais, e as possibilidades que as novas tecnologias apontam retiram do espaço da escola o seu tradicional lugar de transmissora de um saber pronto, acabado e estável” (2004, p 55). Sendo assim, a inserção da tecnologia só faz sentido se for acompanhada de uma reestruturação global da escola, envolvendo espaço, tempo e principalmente a relação pedagógica, afinal, “de que serve a tecnologia se a metodologia se mantém?”

Questão 2:
Vimos no vídeo 2 "que a  forma organizativa da instituição ensina como devem se comportar os alunos, os professores e toda a comunidade escolar. É moldada pelo hábito, pela tradição e pelos traços da cultura histórica da escola. Transforma-se naquele currículo tácito, ou oculto, como afirmou Giroux, tão importante quanto aquele explícito, definido nos livros didáticos, nos programas escolares, nos PCNs ou nos documentos dos projetos pedagógicos das escolas"(DALBEN,2004,p.55).  Diante do exposto, responda:
A) Dentre as práticas a seguir, assinale, com um X, aquelas que fazem parte da cultura da escola em que você estudou, faz estágio ou trabalha[1].
a ( ) Organizar as listas dos alunos de cada turma por meio dos resultados das avaliações do ano anterior, quebrando as "panelinhas".
b (x) Organizar as carteiras, enfileiradas ou em pequenos grupos, sempre voltadas para a professora.
c (x) Estabelecer horários fixos de aulas, muitas vezes divididos em módulos de 50 ou 60 minutos, de modo a variar os conteúdos trabalhados num mesmo turno ou dia.
d ( x) Prever semanas de provas nos finais de bimestres.
e ( ) Reunir-se, uma vez por semana, para discutir e planejar as atividades.
f ( ) Prever, no calendário, as datas comemorativas para serem trabalhadas por todos.
g ( ) Fazer murais, cartazes, e faixas com dizeres relativos às atividades desenvolvidas ou normas definidas.
h ( ) Definir rodízio de professores para o controle do recreio.
i) Estruturar diariamente as rotinas de:
(x ) corrigir os "Para casa";
( x) dar visto nos cadernos;
( x) fazer ditados, problemas orais, questionários dirigidos;
( ) orientar a leitura dos textos.

B) Comente sobre as possíveis razões de ser das práticas que mais caracterizariam a "cultura" da escola em que você estudou, faz estágio e/ou trabalha, tendo em vista a formação das crianças e jovens. Apresente tanto a posição da escola a esse respeito como a sua posição pessoal, articulando-a aos referenciais teóricos disponíveis para leitura.
A “cultura” da escola onde estagiei ainda está pautada em uma organização tradicional, com tempos e espaços delimitados e definidos por uma estrutura habitual da maioria das escolas. O conteúdo ministrado segue a grade curricular vigente, tendo o planejamento baseado nas orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, embora com um conceito ainda restrito do que seja interdisciplinaridade. Desse modo, cadernos e horários das disciplinas são mantidos, assim como as semanas de avaliações, que geralmente se concentram no final do bimestre.  Para a escola, essa é a melhor maneira de “controlar” os estudantes e organizar os conteúdos, pois a separação dos cadernos evita a “confusão” entre as matérias e a rotina de corrigir o “para-casa”, fazer ditado, fazer provas, etc. permite um melhor acompanhamento dos pais e estudantes e até mesmo dos próprios professores, que se sentem mais seguros e respaldados quanto ao trabalho que estão desenvolvendo. Essa estrutura, de acordo com Dalben (2004) é característica da herança cultural escolar do período tecnicista e para alterá-la, segundo Ambrósio (2013), é preciso reorganizar o tempo/espaço, criar uma relação pedagógica e “uma organização do trabalho que desenvolvam uma prática didática em que os sujeitos da aprendizagem tragam ideias para o desempenho ensino-aprendizagem” (AMRÓSIO, 2013, p 37). Esse processo de transformação passa necessariamente pela construção de uma nova relação pedagógica, onde o conceito de avaliação também seja reconstruído, especialmente através do uso de uma avaliação formativa, que na perspectiva de Ambrósio (2013) permite uma reflexão, autoavaliação e construção do conhecimento durante todo o processo.

Questão 3:
Destaque e comente pelo menos quatro implicações positivas do uso do portfólio no processo avaliativo na escola, a partir das experiências relatadas pelas professoras do Jardim Municipal Deputado Milton Sales e Escola Barão Vermelho, do município de Belo Horizonte (Vídeo 3).
1. Participação ativa dos estudantes durante o processo avaliativo e o pais têm a oportunidade de compreender melhor o processo de construção do conhecimento vivenciado pelos estudantes;
2. Possibilidade de reflexão, avaliação e autoavaliação durante a construção do portfólio;
3. Propicia meios de desenvolver a criatividade, construir e reconstruir, através de uma postura investigativa;
4. Auxilia os professores na reflexão da prática pedagógica, para que possam identificar possíveis dificuldades e assim adequar o seu planejamento.
Como ferramenta pedagógica que permite abordar diferentes componentes do desenvolvimento cognitivo, metacognitivo e afetivo do processo de ensino e aprendizagem (AMBRÓSIO, 2013, p. 24), o uso do portfólio é, sem dúvida, um recurso que altera decisivamente a concepção de avaliação no processo de ensino, uma vez que permite a construção do conhecimento através da reflexão do que está sendo produzido. Além do mais, ao propor uma postura investigativa e poder reunir a sua produção, o estudante tem a oportunidade de refletir, se autoavaliar e reconstruir seu trabalho, valorizando cada progresso conquistado.
Ao optar por estruturar o processo avaliativo através do portfólio, as professoras do Jardim Municipal Deputado Milton Sales e Escola Barão Vermelho, puderam vivenciar o envolvimento de pais e estudantes com o processo de aprendizagem e também tiveram a oportunidade de refletir sobre a sua prática pedagógica, além de compreender e conhecer melhor o aprendiz, como ressalta Dalben (1988, apud AMBRÓSIO, 2013), ao ressaltar a importância do desenvolvimento de atividades avaliativas que permitam uma participação coletiva e utilize diferentes formas de expressão.  É esse envolvimento dos sujeitos no processo de ensino e aprendizagem que contribui para a efetiva construção do conhecimento.

Questão 4
Após ler o primeiro capítulo do livro do o "uso do portfólio no ensino superior"  faça as questões abaixo:
a. Preencha o organograma com os objetivos do projeto Zero (Universidade de Harvard, 1967)

[2]                 

b. Preencha o organograma abaixo com o objetivo principal  dos projetos Arts propel, espectro e Escola-chave (Universidade de Harvard, 1967)
c. Explique a seguinte frase:
Para mudar a escola é preciso mudar os tempos/espaços escolares, a relação professor/aluno e as formas de registros. Neste sentido, o uso o portfólio, se bem utilizado, pode colaborar para dar novos sentidos e significados para o aprender, o ensinar e o avaliar (AMBRÓSIO, 2013).

Fundamentada em uma experiência e em pesquisas realizadas, a autora destaca apresenta uma conclusão acerca da realidade escolar, que, conforme destacou o vídeo da série PCN escolar – Convívio na Escola, “ Organização do tempo e do espaço na escola”, produzido pelo MEC e, de acordo com as vivências proporcionadas pelo Estágio, continua com uma estrutura organizacional pautada na divisão de conteúdos e tempos escolares, necessitando de uma reorganização que envolva não apenas aspectos estruturais, mas uma mudança na postura pedagógica.
Mesmo com a modernização de muitas escolas e com a introdução de novas tecnologias, não houve “inclusão digital” e os métodos continuam os mesmos, com o ensino limitado à fragmentação do conteúdo, com tempos e espaços definidos para a aprendizagem, enquanto que o conhecimento pode e deve ser construído de modo integral, interdisciplinar, sendo o espaço escolar propício para isso.
Nesse sentido, a autora apresenta o portfólio como uma possibilidade de “dar novos sentidos e significados para o aprender, o ensinar e o avaliar” (AMBRÓSIO, 2013). Contudo, a autora ressalta a importância de que esse recurso seja bem utilizado, pois não se trata de um “portafolhas”, mas de um instrumento de construção efetiva do conhecimento.

REFERÊNCIAS:
AMBRÓSIO. Márcia. O uso do portfólio no ensino superior. Petrópolis:Vozes, 2013
DALBEN, I.L.F. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR.In: SALGADO, Maria Umbelina C.; MIRANDA, Glaura Vasques de. (Orgs.). Veredas; formação superior de professores: módulo 5, v. 2/SEE-MG, p.23-50. Belo Horizonte: SEE-MG, 2004.
REZENDE, Márcia Ambrósio Rodrigues. A relação pedagógica e a avaliação no espelho do portfólio: memórias docente e discente. 2010. 278f. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Faculdade de Educação. Belo Horizonte.
Disponível em:
SITE:
site: http://www.balaovermelho.com.br/home.php





[1] Atividade elaborada por Ângela Dalben (2004).
[2] AMBRÓSIO, 2013, p. 32.
[3] AMBRÓSIO, 2013, p. 32.



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